Pedro Ferreira, proprietário de uma pastelaria do centro da Lourinhã decidiu, há um ano e meio, à experiência, confeccionar uma receita antiga de farinha, amêndoa, açúcar, ovos, margarina, coco, leite e aguardente que completou com alguns segredos. No início deu a provar aos seus clientes mas rapidamente começou a comercializa-los, vendendo uma centena de pasteis por dia.
Surgiu assim o pastel de aguardente, cujo sabor da bebida e da amêndoa o tornam inconfundível.
“Não esperava que tivesse o impacto que teve. Há pessoas que não apreciam aguardente nem outras bebidas alcoólicas, sobretudo senhoras, mas gostam de comer um pastel de aguardente a acompanhar o café. De igual forma, quem conhece bem a aguardente vem também à procura do pastel” refere o pasteleiro.
Além de vender na sua pastelaria, Pedro Ferreira também recebe pedidos de encomendas a partir da internet de países como França e Alemanha.
Sílvia Baptista, também se deixou influenciar pela aguardente e criou duas marcas registadas de bombons de chocolate com recheio de aguardente, vendendo, hoje em dia, mais de uma dúzia de diferentes tipos.
Depois de dar a provar a amigos e familiares, começaram a surgir encomendas e, hoje, produz, por mês, cerca de meio milhar de bombons que têm sido muito bem recebidos pelos consumidores.
A aguardente da Lourinhã era vendida, nos últimos 200 anos, para o fabrico de Vinho do Porto e era escolhida como digestivo pelos consumidores, antes da liberalização do mercado dos vinhos e da entrada do ‘whisky’ nos mercados.
Em 1992, viu a sua qualidade reconhecida, com a publicação de legislação que veio criar a respectiva Região Demarcada e a Denominação de Origem Controlada, única em Portugal e terceira na Europa, a par do ‘cognac’ e do ‘armagnac’.