A padaria e pastelaria portuguesas, tal como toda a nossa gastronomia, são um “tesouro” que devemos saber preservar, “aproveitar” e fazer crescer a nossa cultura, o nosso país!
Sugerimos a leitura deste pequeno excerto de um artigo publicado pelo Observatório de Imigração:
“As marcas portuguesas: Pastéis de nata de Roodt-sur-Syre e pão Saloio “made in Luxembourg”
Longe vão os tempos em que era preciso ir às mercearias para encontrar produtos portugueses. Hoje, as grandes superfícies e empresas do sector alimentar luxemburguês lutam por conquistar o “fiel consumidor”. Pastéis de nata feitos em Roodt-sur-Syre e o pão saloio “made in Luxembourg”, fazem parte do “comércio da saudade” que movimenta milhões de euros por ano.
Eram outros tempos. Quando Mili Tasch-Fernandes cá chegou, em 1967, o número de portugueses no Luxemburgo não chegava aos 5 mil. Para estes pioneiros, encontrar produtos nacionais era uma aventura e um desafio aos hábitos alimentares luxemburgueses.
“Não havia quase nada. Houve uma época em que os produtos portugueses se encontravam unicamente nas pequenas mercearias ou no supermercado Primavera. Eu lembro-me de ir ao Primavera aos domingos de manhã para comprar mercearias e legumes portugueses. Hoje já não é preciso: as grandes superfícies vendem praticamente tudo”.
Quarenta anos depois da chegada dos primeiros portugueses ao Grão-Ducado, as marcas da imigração estão por todo o lado: nos cafés e restaurantes, nas mercearias de bairro, nas prateleiras das grandes superfícies, a abarrotar de óleos Fula e conservas Bom Petisco.
“Basta olhar para as estatísticas demográficas. Há 80 mil portugueses no Luxemburgo, que representam entre 15 % e 20 % da população do país, e claro que querem encontrar as marcas que lhes são caras”.
Os campeões de vendas são “os vinhos e bebidas alcoólicas, as conservas de peixe (o atum Bom Petisco é dos mais fortes, temos vendas enormes), o arroz Caçarola, o óleo Fula, o azeite Galo, são tudo produtos com grande saída”.
Na padaria, encontra-se “pain portugais” made in Luxembourg e pastéis de nata importados de Portugal. “Vendemos 400 mil unidades por ano”, diz o responsável de compras do Cactus. “É a receita autêntica de Lisboa, importamo-los congelados de Rio Maior”.
E os campeões de vendas na doçaria portuguesa, “les natas”, como lhes chamam os luxemburgueses, já têm companhia.
“No ano passado, começámos a vender também bolos de arroz. Funcionou tão bem que vamos continuar, vendemos 100 mil num ano”.
O Auchan também importa pastéis de nata de Portugal. Vêm congelados da Auchan Portugal. Mas a popularidade deste ícone da doçaria lusitana é tão grande que já há quem os produza no Luxemburgo. Adeus pastéis de Belém, olá pastéis de Roodt-sur-Syre.”
Fonte: http://www.observatorioemigracao.secomunidades.pt/np4/1617.html
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